Ministros do STF São Mencionados em Documentos Apreendidos pela Polícia Federal em Megaoperação
A Polícia Federal realizou uma operação nesta quarta-feira (28/5) que resultou na apreensão de documentos contendo anotações com os nomes dos ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação integra uma investigação que apura o funcionamento de uma organização criminosa suspeita de envolvimento em assassinatos por encomenda e comercialização de decisões judiciais.
A ofensiva, autorizada pelo próprio ministro Zanin, investiga um esquema que, segundo informações preliminares, cobrava valores que variavam conforme a posição da vítima. Autoridades como ministros do STF estariam na lista com o valor de R$ 250 mil, enquanto senadores custariam R$ 150 mil e deputados federais, R$ 100 mil.
Até o momento, cinco suspeitos foram presos, incluindo militares da reserva, civis e empresários. Os detidos são:
- Aníbal Manoel Laurindo, fazendeiro acusado de ser mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri;
- Coronel reformado Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, com histórico de reincidência;
- Gilberto Louzada da Silva, que se apresenta como consultor de segurança;
- Antônio Gomes da Silva, réu em outros processos;
- Hedilerson Fialho Martins, investigado como suposto intermediador dos crimes.
As prisões ocorreram nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.
Segundo a investigação, o grupo operava sob a sigla “Comando C4” – Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos. Além de homicídios por encomenda, a organização é suspeita de atuar em lavagem de dinheiro, corrupção judicial, e venda de sentenças em cortes superiores como o STJ e o Tribunal de Justiça do Mato Grosso.
A Polícia Federal investiga agora se houve algum tipo de monitoramento direto dos ministros citados nas anotações apreendidas. O conteúdo segue sob sigilo judicial e está passando por análise pericial.
Entre os alvos da operação estão advogados, lobistas, empresários, chefes de gabinete, assessores parlamentares e até magistrados. Os crimes sob apuração envolvem organização criminosa, exploração de prestígio, corrupção, e violação de sigilo funcional.
Em nota oficial, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, comentou que o caso está em fase inicial e que ainda é cedo para conclusões definitivas.