Ex-presidente Jair Bolsonaro ironiza acusação da PGR e diz que denúncia por tentativa de golpe tem mais ficção do que fatos. Veja quem mais foi denunciado.
Ex-presidente fala em “narrativa sem corpo” e nega ter articulado qualquer ação golpista
Em entrevista transmitida ao vivo nesta terça-feira (15), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu com ironia à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de tentar derrubar o Estado democrático de Direito. Ao comentar a peça jurídica, o ex-chefe do Executivo comparou a acusação a uma história de ficção científica:
“É quase como me acusarem de matar um marciano. E o pior: nem o corpo do marciano foi encontrado”, declarou Bolsonaro, durante conversa com as jornalistas Simone Kafruni e Mariana Haubert, do portal Poder360.
Denúncia envolve tentativa de golpe e organização criminosa
A declaração foi dada após a PGR formalizar uma denúncia contra Bolsonaro e outros sete ex-integrantes do seu governo, apontando a existência de um plano articulado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022.
Entre os crimes listados pelo procurador-geral Paulo Gonet, estão:
- Liderança de organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito
- Dano qualificado mediante grave ameaça
- Deterioração de patrimônio público tombado
Segundo a acusação, o grupo teria utilizado estrutura do próprio Estado para tentar reverter o resultado eleitoral.
Quem são os outros alvos da denúncia da PGR?
Além de Bolsonaro, o processo cita:
- Alexandre Ramagem (PL-RJ) – Deputado e ex-diretor da Abin
- Almir Garnier – Ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres – Ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno – Ex-ministro do GSI
- Mauro Cid – Ex-ajudante de ordens
- Paulo Sérgio Nogueira – Ex-ministro da Defesa
- Walter Braga Netto – Ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente
Todos são acusados de participar da articulação para manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas.
Bolsonaro critica sistema judicial e afirma não haver “nenhuma prova concreta”
Durante a entrevista, o ex-presidente reforçou que a acusação carece de evidências palpáveis e colocou em xeque o sistema judicial brasileiro, sugerindo que as ações da PGR estariam sendo conduzidas com motivação política.
“Não houve apreensão de armas. Nenhuma força de segurança encontrou material bélico. Como podem falar em organização criminosa armada?”, questionou.
A defesa de Bolsonaro classificou a denúncia como “injusta” e “sem fundamentos técnicos”, afirmando que se trata de mais um capítulo de uma campanha para torná-lo inelegível e enfraquecer seus aliados.