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Aliados de Lula apontam Bolsonaro como culpado por tarifa dos EUA e acirram clima político

Após tarifa de 50% imposta por Trump, aliados de Lula culpam Bolsonaro e Eduardo por prejuízo às exportações brasileiras. Entenda os bastidores da crise.


PT tenta associar decisão de Trump a Bolsonaro e gera reação no setor produtivo

A recente decisão de Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos provocou não apenas tensão diplomática, mas também um novo capítulo na guerra política interna do Brasil.

Nos bastidores de Brasília, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já trabalham para atribuir a culpa a Jair Bolsonaro e a seu filho, Eduardo Bolsonaro, pelos impactos econômicos da medida. A narrativa tenta vincular a ação do ex-presidente americano a relações próximas com a direita brasileira, especialmente com a base bolsonarista.

“É tudo culpa dele”, disse um deputado governista, em referência direta a Bolsonaro, durante reunião com lideranças da base.


Agronegócio e indústria são os mais afetados — e também base do bolsonarismo

As tarifas afetam principalmente setores como:

  • Agronegócio brasileiro (carnes, grãos, frutas)
  • Indústria do aço e alumínio
  • Produtos industrializados e manufaturados

Esses segmentos representam parte expressiva da base de apoio de Bolsonaro, o que reforça o discurso político adotado pelo PT para reverter o desgaste interno e pressionar a oposição.


Governo menciona Eduardo Bolsonaro como elo com Trump

Outro alvo da estratégia é o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente reside nos Estados Unidos e mantém relações com o núcleo republicano norte-americano. A base do governo acusa o parlamentar de atuar nos bastidores a favor da tarifação, como forma de provocar embaraços diplomáticos à gestão de Lula.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), reforçou essa linha de acusação em suas redes sociais:

“O inelegível Jair Bolsonaro pediu e Donald Trump atendeu: 50% de tarifas para os produtos brasileiros entrarem nos EUA.”


Petistas associam medida às investigações do STF

Nos bastidores, lideranças petistas sugerem que a retaliação de Trump tem como pano de fundo as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra figuras da direita internacional e as ordens de remoção de conteúdo em plataformas digitais ligadas ao ex-presidente americano.

Essa leitura política tenta vincular a tarifa não apenas a uma disputa comercial, mas a uma “guerra ideológica” internacional, em que o STF seria peça-chave de embates entre esquerda e direita.


Setores econômicos criticam politização do tema

Apesar da estratégia de comunicação adotada pelo governo, representantes do agronegócio, da indústria e de exportadores criticam o que consideram uma politização de um problema diplomático grave.

Analistas apontam que o discurso oficial revela uma tentativa de desviar o foco da fragilidade na política externa do Brasil, num momento em que o país precisa de articulação multilateral para proteger seus interesses comerciais.

“O momento exige articulação com parceiros internacionais e cautela nas declarações. Politizar essa crise pode ser desastroso”, alertou um economista ouvido pela reportagem.